Há coisas fantásticas não há?!

Tinha acabado de confidenciar entre lágrimas à porta da piscina que não somos nada. Dizia-lhe, o avião cai, dá-nos uma dor, vamos a atravessar a rua e não somos nada. De um momento para o outro. Falamos dos amores, como estão raros, que só o vejo nos meus pais de sessentas e muitos e que se abraçam - abraça - o meu pai a minha mãe - e como encaixam na perfeição. Falamos da história da amiga da amiga que saltou a paixão, o bater forte do coração, o suor nas mãos a perda de apetite - embora lhe tivesse feito bem - e foi directa ao amor, ao conforto, ao tédio, à minha tão sonhada certeza de que o outro está ali.
Disse-lhe, certa, que hoje não fico com dúvidas, que arrisco porque agora é assim, não penso no amanhã, não espero pelas borboletas porque a minha história pode ser como a da amiga da amiga. Chego a casa - já tarde por tanta conversa - e tenho no correio um texto cheio de lógica onde diz que não cede a impulsos, ao porque não? diz-me que se tiver de ser, tem de valer a pena.
Paro, penso no que disse, penso no que li e respondo a uma nova amizade que esta não é altura certa, que estou frágil e que se calhar me vou arrepender da decisão...