(ando assim)

Eu sempre fui a favor que ferida de cão não se cura com pêlo de outro cão (ou qualquer coisa assim), já gritei involuntariamente quando me disseram que tinha de arranjar outro, gritei enquanto dizia, nem pensar! tenho de cicatrizar bem, sozinha, pois só assim consigo apreciar o outro.No entanto surgiu a oportunidade, porque elas surgem e eu estava a atenta e necessitada dela, agarrei, tipo tábua de salvação.
Precisava duma oportunidade para deixar os pensamentos obsessivos cada vez que ia à caixa de correio virtual e real ou que o telemóvel tocava. Agarrei a oportunidade para que entrasse diversidade de pensamentos nos meus dias.
Agarrei num treta impessoal e disse-lhe tudo o que não consegui dizer enquanto recuperei. Falei-lhe da agressividade passada sem pedir desculpa, apenas expliquei que é mais forte do que eu. Disse-lhe que não me pedisse a amizade como no último dia em que nos vimos. Disse-lhe que não sabia se tinha saudades, mas que o coração já não saltava. E disse-lhe também que podia não responder se não merecesse a consideração.
Esperei. Essa espera foi o pêlo para a ferida de hoje. Enquanto esperava resposta de uma ferida cicatrizada, a outra, ainda viva, avançou no processo.
Hoje, passado algum tempo, recebi a resposta e foi mais surpreendente do que esperava. Tranquilo e sincero fez-me perceber que valeu a pena e valerá sempre a pena entregar-me a cem por cento.
A última frase foi, obrigado por teres existido na minha vida e por tudo o que lhe trouxeste.