Escrevi o teu número de telefone numa caixa de chocolates, que tinha na primeira gaveta do móvel do quarto, segundos antes de o apagar. Apagar do cartão do telemóvel, da vista e da vontade principalmente. A caixa estava cheia e eu impunha ordem no coração. Preciso enganar-me, restituir a ordem, mas saber que está ali just in case. O tempo passou, fui comendo os chocolates e hoje quando acordei com esta vontade percebi que tinha deitado fora a caixa que, embora vazia de conteúdo, guardava um tesouro. Não me lembro quando me desfiz dela mas tenho a certeza que não foi num dia como o de hoje.