sempre fui modesta

Pela educação que tive. A minha mãe sempre nos disse que quem tem não diz que tem, não se queixa mas também não se gaba. Ponto. Não é ser coitadinha, porque isso também nunca nos admitiu, lembro-me do, ai de ti que te queixes, defende-te, se fores atacada, ataca, mas vê bem se vale a pena. Resultou.
E vale também para o aspecto, segundo a minha mãe, é um acessório. Sempre o vi assim, ser bonita é um acessório do qual não podes abusar. O excesso de peso da minha irmã foi sempre meu inimigo. Eu era a soleta, a enjoada porque não comia dois pratos com satisfação. E isto aliado à educação e à forte personalidade de uma mãe de pulso resultou no que sou hoje.
E a adulta em que me tornei é do tipo que, num primeiro encontro não se arranja para deslumbrar. Numa primeira abordagem não é completamente simpática. E que não se gaba, porque não precisa.
Mas hoje é diferente, só hoje (e porque preciso) porque passei toda a tarde a ouvir as pessoas que sempre me conheceram que estava muito gira (e boa).
Sem modéstia diria que sou gira, engraçada, inteligente e esperta, principalmente esperta.